
Atualmente Jerusalém é uma cidade grande. Porém, durante muito tempo, foi limitada pelas muralhas que a cercavam, que serviam como proteção. A parte da cidade cercada pelas muralhas é chamada hoje de Yerushaláyim Haaticá - a cidade velha.
Afora o interesse em Yerushaláyim Haaticá, por contar a história de cada povo que a conquistou, existe nela uma kedushá - santidade - especial. Foi lá que o Rei Salomão construiu o Templo do D’us Único, que foi destruído pelos babilônicos, reconstruído por Ezrá e Nechemyá, confinado pelos sírios, purificado pelos macabeus e destruído uma segunda vez pelos romanos. Do Templo não resta senão o muro ocidental - Hacôtel Hamaaravi - junto ao qual os judeus vão, há 1.937 anos, chorar e rezar.
O Côtel é hoje o que nos resta de mais sagrado. Ele fazia parte da muralha ocidental do Templo e, ao mesmo tempo, da muralha que cercava o Monte do Templo.
Dizem nossos sábios “Shehashechiná lô zaza Micôtel Hamaaravi” - que a Presença Divina não se deslocou do Muro Ocidental.
Depois de destruírem o Templo Sagrado, quando os romanos perceberam que o muro permanecera intacto, decretaram que todos os habitantes de Jerusalém deveriam jogar seus lixos no local do Côtel. Com isso, os romanos evitariam que os judeus fizessem dele um local sagrado.
O tempo passou e o monte de lixo encobriu o Côtel. Ninguém mais se lembrava do que estava por baixo de todo o lixo.
Certo dia, um grande sábio chegou a Jerusalém e começou a procurar o local onde deveria estar o Bêt Hamicdash. Ficou muito surpreso ao encontrar a grande montanha de lixo.
O sábio, suspeitando que todo aquele lixo escondia algo muito importante, espalhou todo o dinheiro que possuía, uma pequena fortuna, por todo o monte de lixo. Pegou uma pá e começou a escavar a montanha.
A cada pessoa que passava e perguntava por que ele estava escavando o lixo, o sábio respondia que ouvira falar que existia um grande tesouro embaixo do lixo.
Algumas pessoas se aventuraram a escavar junto com ele e, aos poucos, foram achando as moedas que ele tinha enterrado. Logo, a notícia de que havia um tesouro embaixo da montanha de lixo espalhou-se pela cidade. Mais do que depressa, centenas de pessoas começaram a cavar.
Durante horas e horas cavaram, até que, em vez de um tesouro, encontraram o muro. Foi então que caiu uma chuva muito forte durante dias e espalhou todo o lixo, deixando à mostra a Muralha Ocidental.
Desde então, milhares de judeus, até hoje, vão ao Côtel lamentar a destruição do Templo e rezar para que o Todo-Poderoso reconstrua Yerushaláyim e o Bêt Hamicdash.