Intestino em dia, comer com moderação e exercícios físicos: a chave para a boa saúde
É preciso que se mantenha o intestino funcionando com regularidade, pois é importante para a saúde que a pessoa evacue com facilidade, escreve o Rambam. Com a prisão de ventre outras doenças podem aparecer. Cada pessoa deve procurar orientação médica para que seu intestino funcione direito. Entretanto, o Rambam aqui relaciona algumas verduras cozidas com azeite como sendo benéficas.
No caso de uma pessoa mais idosa, é recomendável, segundo o Rambam, que tome um copo de água morna com mel, logo pela manhã, para regularizar o intestino. E só após quatro horas deve tomar seu café da manhã. Isso deve ser feito por alguns dias consecutivos (de dois a quatro), até que perceba ter conseguido normalizar suas funções.
Uma outra regra importante, ensinada pelos nossos chachamim e ligada à saúde, é que todo o tempo em que o indivíduo se exercita e se alimenta com moderação, mantendo seu intestino funcionando normalmente, ele se revigora e evita doenças.
Doenças - Vida sedentária, prisão de ventre, comer demais e lashon hará
Todo aquele que leva uma vida sedentária, sem fazer exercícios físicos, ou que quando precisa evacuar não o faz, ou tem prisão de ventre, ainda que coma alimentos saudáveis e recomendados, cuidando-se nesse sentido, passará a vida com dores e sua força se esvairá, alerta o Rambam.
E quem continua a comer, apesar de estar satisfeito, é como se estivesse ingerindo veneno.
A maioria das doenças sobrevive pela ingestão de alimentos nocivos ou porque o indivíduo se excedeu na comida, ainda que tenha comido somente alimentos saudáveis. Por isso, disse Shelomô Hamêlech: “Todo aquele que toma cuidado com sua boca (não excedendo na alimentação) e com sua língua (não falando lashon hará) estará se protegendo de todas as dificuldades que possam advir”.
Assim, as pessoas que comem apenas o estritamente necessário e bom ao corpo e que tomam cuidado com a fala estão resguardadas dos males.
Embora o Rambam não aborde a questão das gorduras saturadas, é necessário que nós estejamos atentos à sua ingestão. Além disso, hipertensos devem consumir menos sódio, assim como os diabéticos, menos hidratos de carbono. A tudo isso se acostuma. O hábito muda o paladar. A pessoa deve cuidar-se para ter uma saúde boa e, assim, poder servir Hacadosh Baruch Hu.
Regras para um banho saudável
Neste trecho, o Rambam trata sobre a questão do banho. Antigamente, as pessoas não se banhavam todos os dias; por isso, alguns pontos abordados pelo Rambam podem soar um tanto estranhos, embora pertinentes aos costumes de sua época (cerca de 900 anos atrás).
Naquele tempo, tomava-se banho em casas de banho, uma vez por semana, e se passava longas horas por lá. O Rambam diz que não se deve entrar na casa de banho logo após as refeições ou estando com fome. Só se deve banhar após o término da digestão. Ao iniciar o banho a água deve ser quente, mas com cuidado para não queimar o corpo. Ao lavar a cabeça, deve-se usar água um pouco mais quente. Depois de lavar o corpo com água quente, deve-se amornar a água aos poucos, até que finalize o banho com água fria.
Assim, a pessoa vai gradualmente diminuindo a temperatura da água de bem quente até fria.
Sobre a cabeça, não deve ser jogada água morna ou fria.
Não se deve tomar banho de água fria no inverno. E não se deve tomar banho de maneira que o corpo fique todo suado e cansado. Portanto, não se deve demorar no banho. Quando perceber que está começando a suar, deve se enxaguar e sair.
Sentindo necessidade, a pessoa deve se aliviar antes e depois de banhar-se, de comer, de exercitar-se, de ter relações conjugais e de dormir. Se estiver com vontade de fazer suas necessidades depois de comer, deverá ir ao toalete e somente depois recitará o Bircat Hamazon.
Depois de sair do banho, deve ter o cuidado de não enfrentar mudanças bruscas de temperatura.
Na casa de banho, havia três compartimentos: o local do banho propriamente dito, uma área de descanso e o lugar onde se trocava de roupa. Quando estivesse no primeiro e no último, deveria cobrir sua cabeça, para evitar tomar friagem, tanto no verão quanto no inverno.
Na casa de banho, era recomendado que se descansasse um pouco, após o banho, até que se recuperasse e pudesse deixar o local, com o corpo em sua temperatura natural (nos dias de hoje, com banhos de chuveiro, não há a necessidade de descansar o corpo). Só depois disso ele está liberado para se alimentar. Se puder até dormir um pouco antes de se alimentar, tanto melhor. Não deve, porém, ingerir água fria após o banho. Ao deixar a casa de banho e sentir sede, que misture essa água ao vinho ou ao mel. É muito bom, também, passar algum óleo hidratante no corpo no inverno.
Sobre sangrias
Não se deve ter o hábito de fazer sangria constantemente (uma prática do passado, pouco comum em nossos dias), para baixar a pressão ou qualquer outro mal - apenas em casos de necessidade. Não se deve fazer sangria nem no verão nem no inverno; apenas no início do outono e da primavera.
Diz o Rambam que, ao passar dos 50 anos, não se deve fazer sangria. No dia em que fez a sangria, que não vá à casa de banho, pois estará enfraquecido - o calor e o vapor do lugar irão cansá-lo ainda mais.
Que também não faça sangria no dia em que for ou voltar de viagem. Quando for submetido a ela, que coma menos que o normal. Também deve descansar, abstendo-se de exercícios e passeios.
No fim do capítulo 468 do Shulchan Aruch consta - no Remá - que o costume é não fazer sangria na véspera de qualquer yom tov. Os legisladores em nossos dias recomendam não fazer exames de sangue ou qualquer procedimento cirúrgico na véspera de yom tov a não ser que haja urgência.
Internet
Vivemos numa época em que cada vez mais o uso dos dados informatizados é uma realidade do nosso cotidiano, obrigando-nos a seu uso contra nossa vontade.
Além de um fluxo livre de informações e imagens que não estão em conformidade com as exigências da Torá - a Internet tem por característica valorizar um acesso cada vez mais rápido e uma gratificação instantânea cada vez maior, que contrasta com os valores judaicos tradicionais de paciência e perseverança.
Todos somos testemunhas das consequências dos progressos da tecnologia que avança diariamente. Por um lado inovadora e útil à sociedade. Por outro, destruidora, nociva e causadora de grandes danos às almas, principalmente das crianças de Am Yisrael. Almas puras que acabam por cair nas garras do yetser hará, mediante os mais variados tipos de ciladas da mídia digital de comunicação de massas.
A educação dos nossos jovens é o nosso mais importante desafio; nossa preocupação é com seu futuro seguro e protegido.
Os pais praticamente não conseguem controlar a vida espiritual de seus filhos e estes ficam hipnotizados diante das imagens e oportunidades que lhes saltam da tela de maneira direta ou indireta. Muitos dissertam de modo crítico sobre este tema, porém quem pode garantir a lisura e a invulnerabilidade dos jovens?!
Com o intuito de tentar proteger os jovens e os adultos de “navegarem” em sites que não estão de acordo com os caminhos da Torá, foram desenvolvidas tecnologias que permitem a utilização de celulares e computadores de maneira que evitem adentrar em sites não recomendáveis e inadequados.
É possível instalar um filtro que impede a entrada em determinados sites, ou receber fotos que maculem a pureza espiritual de nossas crianças.
Para os que necessitam usar a Internet, o filtro é a solução e a recomendação dos grandes mestres de nossos dias.
Na “Congregação Mekor Haim” há um escritório especializado - parte de uma organização internacional denominada “Technology Awareness Group” (TAG) - para o auxílio na instalação e adaptação do filtro.
Aqueles que desejam assegurar seu futuro e o futuro de seus filhos como judeus corretos e dignos, devem ouvir as palavras dos “guedolê hador” - os líderes rabínicos de nossa geração.
Medicina preventiva
A todo aquele que se habitua por esses caminhos relacionados à alimentação, ao banho, à prática de exercícios, descritos anteriormente, o Rambam garante que terá saúde e sua velhice será boa. Não precisará de médicos. É como se praticasse uma espécie de medicina preventiva. Seu corpo estará íntegro e sadio todos os dias de sua vida - à exceção de problemas congênitos ou epidemias.
Mas, se ele se acostumou a maus hábitos de saúde por muito tempo, pode ser que seja tarde para adotar essas atitudes.
Todos esses hábitos positivos devem ser adotados por pessoas sadias. Aquele que está doente, com um dos órgãos doente, ou que há muitos anos segue por um caminho insalubre, deve seguir outros caminhos, de acordo com os problemas que possui, conforme indicado nos livros de Medicina.
Diz o Rambam que mudanças na conduta que normalmente o indivíduo segue, podem ser o início dos problemas de saúde.
Nos lugares nos quais não haja um médico, tanto alguém saudável quanto um doente não deve sair do caminho orientado aqui, pois este leva a um resultado benéfico.
Há cidades nas quais não nos é permitido morar. Para que um talmid chacham more em alguma cidade, é preciso que esta tenha os dez itens seguintes: médico, um profissional que faz sangria (hábito comum em gerações anteriores), casa de banho, recinto sanitário, água (represa, rio ou fonte), bet hakenêsset, morê que estude Torá com as crianças, sofer (escriba de mezuzot, tefilin e Sêfer Torá), gabay tsedacá (o responsável por arrecadar tsedacá), tribunais rabínicos (para punir e prender).
Em um outro local, o Rambam inclui o mikvê entre esses itens também.