
Efráyim precisava bater o ponto até as 9h00m no escritório onde trabalhava diariamente para não ser descontado em seu salário.
Ele chegou ao edifício onde se localizava o escritório no qual trabalhava e ficou aguardando pelo elevador no térreo junto com outras pessoas.
Eram 8h58m da manhã.
Quando o elevador chegou, seis pessoas entraram no elevador antes dele, completando a lotação máxima permitida. Como Efráyim estava com muita pressa, resolveu entrar também, excedendo o limite de passageiros do elevador.
O elevador começou a subir e... quebrou no meio do trajeto, devido ao excesso de peso.
Quem deve pagar pelo conserto?
Efráyim, que foi o último a entrar?
Todos os passageiros, já que foram coniventes? Cada um dos presentes deveria ter saído ao ver que o limite de pessoas fora ultrapassado!
A pessoa que apertou o botão, fazendo com que o elevador subisse e funcionasse com excesso de peso?
O veredicto
Aprendemos no Shulchan Aruch (Chôshen Mishpat 381, 1) que, num caso em que cinco pessoas sentam-se ao mesmo tempo num banco e este se quebra, estão todos obrigados a pagar.
Porém, se a quinta pessoa sentou após as outras e, independente dela, o banco iria quebrar da mesma forma, então ela está isenta de pagar.
Contudo, se a quinta pessoa sentou após as outras, e o banco quebrou somente devido à chegada dela, então ela tem que pagar sozinha.
No nosso caso, Efráyim foi o último a entrar. Mas o elevador não quebrou quando ele entrou. Quebrou quanto estava subindo, tentando funcionar com excesso de peso.
Hipótese 1
No mesmo instante que Efráyim entrou, uma outra pessoa chamou o elevador de um outro andar. Esta pessoa não sabia que o peso no elevador havia excedido sua capacidade máxima. E o elevador quebrou ao tentar funcionar com excesso de peso.
Neste caso, Efráyim está obrigado a pagar. Nestas circunstâncias, Efráyim foi a única pessoa a causar o dano. Ele deveria ter levado em conta que alguém poderia chamar o elevador assim que ele entrasse, sem dar tempo para que os outros ocupantes saíssem.
Hipótese 2
Ninguém chamou o elevador de algum outro andar. Foi um dos ocupantes do elevador que apertou o botão, fazendo com que o elevador subisse.
Neste caso, quem apertou o botão está obrigado a pagar.
Mesmo que tenha sido um dos primeiros a entrar, ainda assim, quem apertou o botão tem que pagar, pois foi ele quem causou o dano ao apertar o botão e fazer o elevador funcionar com excesso de peso e quebrar.
Do semanário “Guefilte-mail”
([email protected]). Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sentença para o outro extremo.
Estas respostas não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.