Os Sete Dias da Criação
Hashem criou o mundo por meio de dez dizeres1. Ele disse: “Que haja luz” e houve luz. Ele disse “Que haja o Firmamento” e os céus passaram a existir. Mesmo assim, o processo da Criação não foi um evento único, ocorrido cerca de seis mil anos atrás, pois mesmo depois de ter criado todos os mundos - o espiritual, o físico, descendo até o mundo em que vivemos - Hashem permanece conectado a todos eles, instilando constantemente Sua luz à Criação.
Cada um dos dizeres de Hashem continua reverberando alto, nas esferas celestiais. Suas palavras “Que haja luz” permanecem sendo a fonte de luz para sempre, e toda luz que existe provém deste dizer contínuo.
Podemos comparar isto a um coração, que bombeia sangue continuamente. O sangue alcança todas as partes do corpo. Se o fluxo parasse, o corpo iria perecer. Assim também, o Criador continuamente dá de Sua luz e irradia as forças da criação ao mundo, renovando a existência a cada segundo.
Por que não enxergamos a renovação constante no plano físico? Talvez a realidade seja semelhante a um filme. Apesar de cada quadro ser uma fotografia separada e independente, quando o filme roda rapidamente, o olho humano não consegue perceber as mudanças sutis entre uma foto e a próxima; tudo parece ser uma cena contínua aparecendo.
Mesmo assim, este não é o motivo real porque não percebemos a renovação da Criação. O Rav Chayim Volojin faz esta pergunta em seu livro Nêfesh Hachayim2, explicando que nós não vemos este efeito pois este emana da raiz da Criação, que é o Nome de D´us de quatro letras.
Nosso mundo físico é um reflexo do que emana do mundo espiritual, mais elevado. Assim como o mundo físico é composto de quatro elementos básicos: fogo, ar, água e terra, sendo tudo que existe uma combinação destes quatro, as forças espirituais atrás destes elementos são as quatro letras do nome de Hashem, Yod-Kê-Vav-Kê3, o nome Havayá. Hashem é a fonte de toda vida e as quatro letras de Seu Nome são os quatro elementos básicos de todos os mundos espirituais que foram criados por Ele. Eles dão vida a tudo4.
Assim, não só o Nome de Hashem dá existência à Criação, como também é o que permite sua renovação constante. Isto acontece pois a ordem das letras do Nome muda a cada momento. As quatro letras e as nove vogais (camats, patach, tserê, segol, shevá, cholam, chirik, cubuts e shuruk) podem ser ordenadas em múltiplas combinações.
Alguns sidurim apresentam qual combinação de letras do Nome de Hashem se aplica a cada mês. Alem disso, não só cada mês tem sua própria combinação de letras; cada semana, dia, hora e segundo tem sua própria combinação, de acordo com o ticun (retificação espiritual) que é possível para aquele momento.
Existem princípios Cabalísticos que permitem que letras sejam trocadas por outras; também, letras podem ser “expandidas” para revelar ainda outras letras, ocultas5. Portanto, as combinações possíveis, que derivam do Nome de Hashem, são infinitas.
Assim, cada momento da existência tem seu próprio e especial significado, diferente de qualquer outro momento que possa vir a existir. O arranjo das letras em determinado instante representa a única e exclusiva forma com que Hashem está Se revelando a toda a criação naquele momento especifico.
Por que Dez Dizeres ?
Os sábios perguntam por que Hashem precisou falar dez vezes separadas, quando poderia criar o mundo inteiro com uma frase: “Que exista o mundo”6.
Os cabalistas explicam que os dez dizeres significam os dez atributos básicos de Hashem, que são os meios pelos quais Ele Se relaciona conosco e Se revela a nós. Assim como as letras do Nome de Hashem, os atributos também se manifestam em combinações infinitas, dependendo da pessoa, da situação e do momento.
Este é um conceito muito profundo mas, basicamente, Hashem criou o mundo para por meio dele, relacionar-se conosco. Por exemplo, Ele se relaciona conosco pelo atributo de chêssed - amor bondoso; pelo atributo de din - justiça; por rachamim - misericórdia, que equivale a chêssed e din combinados, e assim por diante.
Quando Hashem planejou Sua criação, Ele sabia como desejava Se relacionar com o mundo prestes a criar. Como Ele desejou Se relacionar com o mundo e governá-lo com estes dez atributos, Ele criou o mundo também neste sistema de dez.
Como seres humanos criados à imagem Divina, nós também temos a capacidade de expressar estes dez atributos.
Três destes atributos se referem ao intelecto: chochmá, biná e dáat. Chochmá é a capacidade de absorver conhecimento; biná é a habilidade de entender este conhecimento em profundidade; dáat é saber como aplicar ambos, o conhecimento e o entendimento. Uma pessoa pode ser brilhante, mas pode não saber como dizer a coisa certa à pessoa certa no momento certo. Esta é a função de dáat.
Alem destes, temos outros sete atributos pelos quais interagimos com o mundo. São chamados midot, ou “traços de caráter”. Somos ordenados pela Torá a modelar nossas midot à luz de Hashem: assim como Ele é bondoso, devemos ser bondosos; assim como Ele é misericordioso, devemos ser misericordiosos e assim por diante7.
O Rav Chayim Vital faz uma pergunta profunda sobre isto: Por que não está o aperfeiçoamento das midot contado entre as 613 mitsvot?8. Não há nenhum mandamento que nos obrigue a não perder o controle, ou sermos humildes, mesmo que sabemos que estes são pontos importantes, já que nossos sábios nos dizem: “Insultar alguém em público é como derramar seu sangue”9; “Ser arrogante empurra a Presença Divina”10; “Perder o próprio controle é como adorar ídolos”11. Há vários traços de caráter que se manifestam amplamente no comportamento, desde os negativos, como orgulho, raiva, mesquinhez ou crueldade, até os positivos, como humildade, tranquilidade, generosidade e bondade. Nossos sábios também nos falam sobre a grande recompensa por desenvolvermos os bons traços de caráter e a punição terrível pelo comportamento negativo. Por que então estes não estão listados entre as mitsvot?
A resposta é que melhorar nosso comportamento está incluído no mandamento amplo de imitar Hashem12. O versículo diz que Hashem criou o homem à Sua imagem. Porém, já que Hashem não tem forma física, um tipo diferente de semelhança deve existir entre o homem e seu Criador. A resposta é que podemos nos “assemelhar” a Hashem por meio do nosso comportamento. Quando moldamos nosso comportamento ao de Hashem e agimos do modo Divino, aí então somos Sua imagem.
A parte física de um ser humano é composta dos quatro elementos básicos que mencionamos. Esses elementos têm uma forma de energia espiritual muito rudimentar. É chamada “Nêfesh Behamit” (alma animal), ou “Nêfesh Yessodit” (alma básica). É uma forma muito baixa de espiritualidade, que, estando atrelada ao físico, é similar à dos animais. Mesmo assim, é uma fonte de vida.
Além disso, temos a alma que é “Nêfesh Eloka Mimá’al”, uma parcela de Hashem das alturas. Esta é a alma que Hashem insuflou em Adam. Hashem fez o corpo de Adam do pó da terra, então insuflou nele o Espírito Divino13. É, por assim dizer, uma parte do próprio Hashem, pois, como explicado no Zôhar, “se alguém sopra, sopra de seu próprio interior”.
Quando dizemos que uma pessoa tem 248 órgãos e 365 veias, estamos falando principalmente de sua forma espiritual. Os 248 órgãos espirituais da neshamá (alma) correspondem aos 248 mandamentos positivos que cumprimos, enquanto as 365 veias espirituais correspondem aos 365 mandamentos negativos, que devemos evitar transgredir. Alem disso, estes correspondem ao número de órgãos e veias do ser humano.
A cada mitsvá que cumprimos, seja um mandamento positivo ou negativo, abrimos um canal para permitir que a kedushá (santidade) de Hashem flua para um determinado órgão ou veia - tanto físicos como espirituais. Com isso, aperfeiçoamo-nos e atingimos um nível mais elevado de kedushá, ao trazer a Shechiná, a Presença Divina, às nossas vidas.
Em geral, as midot derivam da nêfesh bahamit. Uma pessoa pode ser muito animalesca. Porém, com um esforço constante e com o cumprimento das mitsvot, podemos elevar nossos atos até preencher nosso papel como seres humanos.
Aperfeiçoar as midot é o trabalho de uma vida inteira. O Gaon de Vilna tira ensinamento, sobre este tópico, do versículo: “Minhas palavras são como temporais e gotas de orvalho...”14. A Torá é comparada à chuva e ao orvalho; ambos permitam às plantas crescer. Porém este crescimento depende muito do que se planta. Se forem plantados itens bons, como trigo, cevada, frutas e vegetais, a chuva os fará crescer e a bondade aumentará no mundo. Mas, se plantarmos coisas ruins, como ervas venenosas ou daninhas, é isso que crescerá.
O mesmo é verdade para a Torá, segundo o Gaon. Se você estuda a Torá, ela o fará grande. Mas em que você será grande, vai depender daquilo que você plantar. Se você plantar sementes de midot boas, a Torá fará de você um grande tsadic. Se você não trabalhar sobre suas midot, a Torá o fará grande - mas um grande monstro.
É assustador, mas é verdade. Sem trabalhar sobre nossos traços de caráter, nunca poderemos melhorar.
Por Que Sete Dias ?
“Dez” significa perfeição e finalização, o fechamento de um ciclo. De nossos dez atributos, três correspondem ao intelecto, a ligação entre nós e o nosso Criador. Estes três atributos estão além da limitação do tempo.
Nossos demais atributos, as midot, são sete. Sete representa um sistema que opera dentro do tempo, como o mundo natural. No âmbito da natureza, tudo é limitado no tempo. O numero sete tem significado especial no judaísmo. A semana tem sete dias, o ciclo de shemitá tem sete anos, quarenta e nove (sete vezes sete) são os dias do ômer. Todos esses ciclos de sete se conectam a períodos de tempo.
A criação do Universo se completou com dez dizeres, que correspondem aos dez atributos, que são a totalidade e a perfeição dos dutos pelos quais Hashem se relaciona conosco.
Em nós temos também esses dez atributos, pois fomos criados igualmente à imagem Divina. Do outro lado, o tempo, que se relaciona aos mundos inferiores, é medido por sete.
O principal motivo de Hashem ter criado o mundo em sete dias foi ensinar-nos a importância de se funcionar dentro do tempo. O tempo é a coisa mais importante do mundo. O tempo é tudo.
Os povos dizem que “tempo é dinheiro”, mas o tempo é muito mais do que dinheiro. Tempo é a própria vida. Cada segundo que um relógio avança é um novo segundo de nossa vida que se foi. Se entendêssemos o valor do tempo, saberíamos como empregar cada segundo de vida que Hashem nos dá, fazendo o que se espera de nós. Hashem criou o mundo em sete dias para nos ensinar a maneira de trazer o mundo à perfeição e plenitude final; servindo a Ele dentro dos limites do tempo, conforme cada individuo, seus desafios e situação pessoal, conforme a raiz de cada alma.
Dividindo Nosso Tempo
Cada um de nós tem um ticun diferente. Cada um de nós tem um propósito neste mundo e cada um de nós precisa cumprir aquilo que veio preencher, usando sua vida e tudo que Hashem lhe concedeu - seus talentos, seu patrimônio, suas habilidades.
Ao nascer, cada pessoa já tem definido seu tempo de vida. Hashem lhe dá um período de vida, de acordo com aquilo que ela precisa cumprir; isto por sua vez se reflete naquilo que falta à pessoa. Pode ser que a neshamá de alguém já esteve algumas vezes neste mundo, cumpriu certas mitsvot, mas ainda lhe faltam outras, precisando de mais tempo para se completar. Uma neshamá nova pode precisar de maior tempo. A cada pessoa é dado tempo suficiente para atingir a plenitude. Não só a pessoa recebe vida e tempo, como também o intelecto e a capacidade de fazer tudo que deve. Com a evolução da vida de cada um, recebe todo o necessário, inclusive financeiramente, para completar sua missão.
Da mesma forma, cada geração tem seus problemas e Hashem espera que cada geração complete sua missão específica. Hashem nos dá testes e transtornos e todas as situações que nos são necessárias em nossa época.
Às vezes temos ótimas oportunidades de fazer chêssed. Às vezes vivemos em uma época em que a prioridade é fortalecer o estudo da Torá. Podemos ver que as gerações passam de acordo com o Plano Divino e seguem um padrão. Cada geração é única, como cada individuo é único. Por exemplo, os sábios dizem: “Se você vir uma geração em que as pessoas querem estudar a Tora, entregue-se a isto15. Dê seu tempo, seu dinheiro, sua vida. Se você vir uma geração em que as pessoas não estão interessadas na Torá, não dê”. O que quer dizer “não dê”? Quer dizer “canês”, siga seu caminho. Há certas gerações em queas pessoas se dedicam à sua própria perfeição, lutando para atingir níveis elevados de espiritualidade, para estar mais próximos a Hashem. Em outras gerações isto não nos é permitido. Temos que nos adaptar e cumprir as missões.
O relógio está funcionando, os segundos estão passando. Mais um segundo se vai; mas para onde vai? Cada segundo de nossa existência é uma marca de nossa espiritualidade, não só de nossa espiritualidade, como de toda nossa capacidade mental e física, que deveríamos usar naquele momento para cumprir um determinado serviço incumbido a nós - seja estudar Torá, rezar, cumprir uma mitsvá, ser gentil com pessoas próximas a nós, oferecer um bom conselho a alguém, dar um empréstimo, ajudar um necessitado ou todo tipo de auxilio a outros que possa ser imaginado. Uma coisa é certa: Aquele instante nos foi dado para fazermos o bem.
Assim como o ponteiro dos segundos vai deixando números para trás, também a cada segundo que passa deixamos para trás algo de nossa espiritualidade, nossa mente, nossa força física. Foi-se aquele segundo, mas para onde? Depende daquilo que fizemos com ele. Se cumprimos uma mitsvá, o instante vai para o Gan Éden, e estará nos aguardando. Se fizemos algo errado com aquele segundo, este se abaixará a algum outro lugar, onde também nos aguarda.
Eventualmente, a pessoa descobre como dividiu seu tempo. Irá procurar seus anos, semanas, dias, horas, minutos e segundos. Vai encontrá-los. Quantos terão se elevado e quantos terão caído?16
Os cabalistas nos dizem que cada pessoa cria seu próprio Gan Éden pelas boas ações que faz neste mundo17. Cada uma das boas ações cria uma força espiritual que se eleva e aguarda por nós. Após os 120 anos, chegamos e recebemos esta recompensa. E a cada pecado criamos um acusador. Literalmente, uma pessoa se divide dia após dia, segundo após segundo.
O Zôhar encontra alusão a este conceito em um versículo18: “Avraham estava idoso, vindo com os dias”. Literalmente, o versículo não faz sentido. É claro que se você é idoso em anos, estará vindo com os dias, pois os dias vão-se somando em anos.
Ainda assim, uma pessoa pode viver até uma idade avançada, mas sem fazer nada de sua vida. Foram lhe dados anos, mas o que houve com seus dias? Foram dias plenos, que ele usou apropriadamente, ou foram desperdiçados?
Avraham não era somente idoso em anos, mas quando chegou ao Gan Éden, chegou com todos os seus dias. Seus dias foram perfeitos. Sua vida foi como um belo colar de diamantes. A maioria dos colares das pessoas é incompleta. Alguns dias são desperdiçados apenas passando o tempo ou em atividades erradas; outros foram usados como deveriam somente em parte. Os diamantes estão faltando no colar, ou estão imperfeitos. Estas pessoas procurarão consertar seus colares para levá-los à perfeição. Avraham, porém, veio com todos os seus dias, cada um deles um diamante pefeito.
Você pode viver muitos anos; mas o número não tem significado. A questão é: por quanto tempo você serviu a Hashem?
Precisamos saber o valor do tempo. Hashem nos concedeu tempo. Hashem nos concedeu vida. Hashem nos concedeu inteligência. Hashem nos deu todo tipo de talentos. Hashem nos deu força, riqueza. Tudo que Hashem nos deu precisa ser usado para servi-Lo.
A vida é sagrada. Como uma pessoa se sentiria, D´us não permita, se tivesse desperdiçado sua vida? As horas passaram e ele não atingiu nada. Isto é o que precisamos entender. Teremos que prestar contas. Está escrito que Hashem nos perguntará por que desperdiçamos tempo de estudo da Torá, até pelos instantes que levamos para engolir nossa saliva19. Precisaremos responder por todos os momentos.
Fazendo um Tikun
Esta é a vida. Temos que saber como nos relacionar com a vida, de acordo com a importância daquilo que podemos alcançar. Você usa um segundo de vida, de existência, você o investe com sua inteligência, sua força física, seus talentos e você o eleva para a espiritualidade e ele se torna nêtsach - existirá eternamente. Se você o desperdiça, foi-se para sempre.
Ouço pessoas falando: “Por que você está me dizendo isso agora? É tarde demais. Se eu soubesse disso há 20 anos, teria agido de outro modo. Mas agora, o que posso fazer para remediar o mal que causei a mim mesmo?”. Só uma coisa nos consola: temos uma mitsvá chamada teshuvá.
Arrependimento não é a tradução precisa de teshuvá; esta tem um sentido muito mais profundo. Teshuvá significa retorno. Quando uma pessoa faz teshuvá e retorna para o caminho da Torá, ela traz consigo todos os segundos, horas, dias, semanas e meses que estavam perdidos. Ela os traz de volta, todos. Teshuvá pode corrigir tudo, até mesmo o passado, trazendo-o, corrigido, para a sua fonte.
Mas como isso funciona? Como um minuto usado de forma correta pode corrigir o que fizemos há dez minutos ou dez anos? As repercussões de cada momento não são exclusivas dele?
Hashem é bondoso conosco. Se você se arrepende do passado de todo coração, Hashem considera como se você O tivesse servido por toda a sua vida. O caminho correto que você segue agora muda tudo, até o passado. Esta é a força da mitsvá da teshuvá.
A Guemará diz que “alguém que não presenciou a Simchat Bêt Hashoevá nunca viu a alegria em sua vida”20. A festa de Sucot é um tempo de alegria, e o evento do colhimento de água trazia ainda mais alegria. As pessoas dançavam e cantavam com grande alegria. A Guemará nos conta que os tsadikim - pessoas religiosas desde o nascimento - declaravam: “Agradecemos a D´us por nossos anos recentes não envergonharem nossa juventude. Éramos corretos quando jovens e somos corretos quando mais velhos. Continuamos no caminho certo. Começamos no caminho certo e não nos tornamos preguiçosos”. Os baalê teshuvá diziam: “Agradecemos a D´us por nossos anos recentes terem perdoado nossa juventude”. A conclusão é que todos diziam juntos: “Feliz é a pessoa que nunca pecou”.
Sem dúvida, é melhor nunca pecar. Ninguém deve pensar que, já que um báal teshuvá é tão precioso aos olhos de Hashem, seria melhor pecar e depois se arrepender. Não; sempre é melhor nunca pecar. Em relação a nossos filhos, queremos nos certificar de que nunca pecarão. Queremos que sejam totalmente corretos.A teshuvá corrige o que foi feito de forma errada. Sem isto, não temos simchá. Que maior alegria neste mundo do que termos a honra e a possibilidade de servir a Hashem sempre - mesmo nos momentos que acreditávamos estarem perdidos?
Se a pessoa não percebe o significado de o que Hashem espera dela, a vida não tem significado. Hashem espera que cada um de nós alcance o nível máximo de serviço a Ele. Quanto mais Ele nos concedeu, mais Ele espera de nós. Quando um bebê emite seus primeiros sons, os pais ficam encantados. Mas ao perguntarem a um filho maior o que aprendeu na escola, se ele responder com sinais de um bebê, os pais ficarão decepcionados. Do mesmo modo, Hashem espera mais da pessoa que tem mais capacidade de estudar e entender. Se nós não estudarmos, continuaremos ignorantes e perderemos - nossa vida, nosso tempo, nós próprios. A cada momento, nossa alma se vai. A cada segundo uma parte dela se foi. Mas para onde?
Esta é a grande questão que temos a nos perguntar.
Esperemos que nossos segundos se passem, enquanto nos movemos na direção certa e que Hashem ajude a todos nós corrigir nossos caminhos, mudar para melhor. Se Hashem nos deu esta oportunidade de ouro, chamada vida, temos que usá-la como uma rampa para nos elevarmos. É hora de parar de brincar e encarar com seriedade nossas vidas. Se assim fizermos, Hashem nos ajudará a completar nossa tarefa de forma adequada, com alegria e sucesso. Eventualmente, chegaremos ao Gan Éden que nós mesmos criamos, com todos os nossos dias brilhando como diamantes!
Traduzido do livro “Ascending Jacob’s Ladder” por Eddy Levi com permissão do autor
Leiluy Nishmat:
- Azriel ben Avraham
- Nathan HaLevi ben Mercada
- Zoui bat Louli
Legendas:
1 Pirkê Avot 2:1
2 Nêfesh Hachayim, sháar 1, cap. 2
3 A letra Hê do nome de Hashem é escrita aqui como "Kê", para evitar soletrar o Nome Sagrado sem necessidade
4 Shaarê Kedushá, parte 1, shaar 1
5 Por exemplo, a letra yod pode ser soletrada yod-vav-dálet, assim revelando duas letras adicionais.
6 Pirkê Avot 2:1
7 Shabat 133a
8 Shaarê Kedushá, parte 1, Sháar 2
9 Bavá Metsiá, 58b
10 Sotá, 5a
11 Shabat, 105b
12 Devarim, 11:22
13 Bereshit 2:7
14 Devarim 32:2
15 Berachot 63a
16 Arvê Náchal, Parashat Vayakhel
17 Rúach Chayim, Mishná 1
18 Bereshit, 24:1
19 Iyov, 7:19
20 Sucá, 5:1