
Efráyim e Levi chegaram no mesmo horário para a aula matinal de natação. Cada um chegou dirigindo seu carro. Eles estacionaram seus respectivos automóveis lado a lado na rua em frente ao clube.
Naquele local havia parquímetros e era necessário pagar pelo estacionamento. Cada usuário das vagas da rua precisava colocar moedas no parquímetro posicionado em frente à sua vaga.
Efráyim colocou dinheiro no aparelho, mas Levi não quis colocar. Ele alegou que era muito cedo, e que geralmente não havia fiscalização naquele horário.
Após a aula, quando voltaram para seus carros, viram que no carro de Efráyim - que havia colocado dinheiro no parquímetro - estava afixada uma multa. No entanto, no carro de Levi - que não colocara moedas no parquímetro - não havia nada.
Ao verificar melhor o parquímetro, Efráyim percebeu que de fato ele havia inserido as moedas, porém aquele era o parquímetro que controlava a vaga do carro de Levi! Por isso, quando o fiscal passou, não multou o carro de Levi e multou o seu, cujo parquímetro estava zerado.
Indignado, agora Efráyim quer que Levi lhe pague o valor da multa. Ele alega que somente a recebeu pelo fato de Levi não ter colocado dinheiro no seu parquímetro. Portanto, a culpa de seu carro ter recebido a multa é de Levi.
Será que Levi tem que arcar com o valor da multa?
O veredicto
Parece que Levi está isento de pagar a multa para Efráyim.
A multa foi colocada no carro de Efráyim e a cobrança chegou em sua casa, em seu nome. Portanto, é óbvio que a prefeitura multou a Efráyim e não a Levi. Além disso, Levi não causou nenhum dano “com as mãos” a Efráyim ao deixar de efetuar o pagamento no parquímetro. A consequência de sua omissão foi muito indireta.
No entanto, Levi está obrigado a devolver para Efráyim o dinheiro colocado no parquímetro, já que obteve um grande benefício dele - foi por causa deste dinheiro que ele não recebeu uma multa.
Do semanário “Guefilte-mail”
([email protected]).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sentença para o outro extremo. Estas respostas não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.