Definição
É uma mitsvá da Torá ler o Shemá com suas três partes (Shemá, Vehayá e Vayômer) duas vezes ao dia - uma em Shachrit e outra em Arvit com prazos predefinidos.
Período
O primeiro horário permitido para recitar o Shemá em Shachrit é definido pela halachá como o momento do dia que já clareou o suficiente a ponto de que um indivíduo reconheça seu amigo a uma distância de quatro amot (aprox. 2 metros) sem iluminação extra. Isto equivale a aproximadamente 50 minutos antes do nascer do Sol. Em caso de extrema necessidade poderá recitar o Shemá 60 minutos antes do nascer do Sol. Este prazo finda na terceira hora zemanit (vide cap. 22 par. 9) do dia.
O ideal é que se recite o Shemá alguns minutos antes do nascer do Sol para poder dizer a Amidá junto com o nascer do Sol. Após este horário, quanto antes recitá-lo, maior a mitsvá. No entanto, caso não rezou com o nascer do Sol, não deve deixar de rezar com minyan para recitá-lo mais cedo sozinho (contanto que não ultrapasse o prazo limite de Keriat Shemá - vide pars. 5 e 6).
Até a terceira hora zemanit denomina-se Keriat Shemá bizmanáh (a leitura do Shemá tem o valor de Keriat Shemá bizmanáh - em seu devido tempo), depois deste horário considera-se como se a pessoa estivesse apenas lendo um trecho da Torá.
Caso constate que o tsibur (público) está atrasado e chegarão no Keriat Shemá somente depois da terceira hora zemanit do dia, deverá recitá-lo particularmente antes que se expire o prazo e continuar a reza normalmente para recitar a Amidá com o público (dentro do prazo - até a quarta hora).
É até mesmo permitido interromper depois de Baruch Sheamar para dizer Keriat Shemá.
Se souber de antemão que o tsibur chega no Keriat Shemá depois da terceira hora zemanit (ocorre com frequência em muitas sinagogas no Shabat), mas chegam na Amidá dentro do prazo (ainda na quarta hora), deve recitar o Keriat Shemá antes de ir para a sinagoga e fazer a tefilá normalmente com o tsibur na sinagoga rezando a Amidá com minyan.
Se recitar o Shemá antes do horário previsto no par. 2, desde que tenha sido depois da aurora (alot hasháchar), cumpriu bediavad (a posteriori) a mitsvá.
Mesmo que tenha passado a terceira hora zemanit do dia e o indivíduo não tenha recitado o Shemá, um sefaradi deverá ainda recitá-lo com suas berachot* até a quarta hora zemanit. Após este prazo dirá as bênçãos sem pronunciar o nome de Hashem: Baruch yotser or uvorê chôshech, Baruch yotser hameorot, Baruch habocher beamô Yisrael beahavá e Baruch gaál Yisrael.
* Berachot do Shemá em Shachrit:
As berachot que precedem o Shemá em Shachrit são:
1. “Baruch Atá Ad-nay El-hênu mêlech haolam yotser or uvorê chôshech... Baruch Atá Ad-nay yotser hameorot”.
2. “Ahavat olam... Baruch Atá Ad-nay habocher beamô Yisrael beahavá”.
A berachá após o Shemá em Shachrit é:
3. “Veyatsiv... Baruch Atá Ad-nay gaál Yisrael”.
Quanto aos ashkenazim, em caso de algum imprevisto (ônes) que os impediu de recitar as berachot do Keriat Shemá até o fim da quarta hora (conforme o cálculo do Gaon de Vilna e do Báal Hatanya - 8ª coluna das tabelas de horários), ainda poderão recitá-las até chatsot (9ª coluna das tabelas de horários).
Baruch Shem
A segunda frase do Shemá - Baruch shem... - deve ser recitada em voz baixa, com exceção do Yom Kipur. Deve-se proferi-la da seguinte maneira: Baruch, (vírgula) shem kevod malchutô leolam vaed.
Cavaná no Shemá
O ideal é que o indivíduo tenha cavaná ao pronunciar todo o Keriat Shemá. Para cumprir a mitsvá de ler o Shemá é indispensável que a pessoa tenha cavaná (entenda a tradução das palavras) ao menos nas duas primeiras frases do Keriat Shemá (Shemá Yisrael... e Baruch, Shem kevod...). A palavra Shemá tem como significado ouça e entenda Israel - aceite, entenda e acredite que Hashem é nosso D’us e no futuro será o único - todos os outros povos também reconhecerão seu reinado (Rashi, Devarim 6:4).
Ao pronunciar o nome de D’us - Ad-nay - devemos pensar literalmente que o Criador é “Adon Hacol” - o Dono, o Possuidor de tudo. Também devemos pensar na grafia do nome de D’us, pois ele é escrito com a letra yud, a letra hê, a letra vav e a letra hê. Estas letras significam que Hashem “Hayá, Hovê Veyihyê” - Foi, É e Será.
Ao pronunciar El-hênu, devemos pensar que o Criador é “Takif, Báal Haycholet Uváal hacochot culam” - o Todo-Poderoso, Que possui o Poder absoluto sobre tudo e sobre todos.
A pessoa também deve ter a intenção de cumprir a mitsvá de Keriat Shemá conforme ordenado pelo Todo-Poderoso. Esta intenção é necessária em relação a todas as mitsvot (vide par. 12).
Costuma-se prolongar na pronúncia da letra chet [?] da palavra echad [???] para ter a intenção de coroar o Criador como rei do Universo no Céu e na Terra. O próprio formato da letra chet na Torá simboliza este conceito. Nesta letra há uma “chatotrot” (como um acento circunflexo “^” da grafia latina) que faz alusão ao governo Divino no Céu e na Terra.
A letra dálet [?] da palavra echad [???] deve fazer-nos pensar que o Criador é único no seu mundo e tem o governo absoluto sobre os “arba ruchot” (os quatro pontos cardeais).
Caso percebeu que não fez cavaná nestas frases, deverá repeti-las.
Se percebeu imediatamente ou durante a leitura do primeiro parágrafo (Veahavtá), um sefaradi deve aguardar em silêncio o tempo que levaria para terminar a primeira parashá. Somente depois recomeça (Shemá Yisrael) com cavaná. Caso não deseje esperar em silêncio, poderá ler o primeiro parágrafo (Veahavtá) e posteriormente voltar ao início - e isto é preferível.
Os ashkenazim podem recomeçar imediatamente, recitando as duas frases em voz baixa.
Se percebeu quando já se encontrava no meio do segundo parágrafo (Vehayá) que deixou de ter cavaná nas primeiras duas frases, deverá terminar este parágrafo (até “vayômer”), reiniciar o Shemá até uvish’arecha (ou seja, repetir o primeiro parágrafo), pular o segundo (pois já o recitou) e recitar o terceiro (Vayômer).
Ao cumprir qualquer mitsvá (por exemplo: Keriat Shemá, tefilin, lulav, shofar, etc.) é necessário que a pessoa tenha em mente que está cumprindo a mitsvá por ordem de D’us (cavaná latset beassiyat hamitsvá).
As mulheres estão isentas da mitsvá de Keriat Shemá. Porém, é correto ensiná-las a receber o jugo do Criador dizendo o primeiro versículo do Keriat Shemá e baruch Shem kevod malchutô leolam vaed. Elas devem ter em mente que Hashem é Único, já que também estão ordenadas a cumprir a mitsvá de crer na unicidade Divina.
Durante a leitura da primeira parashá do Keriat Shemá, na qual recebemos o jugo do Todo-Poderoso, não se deve gesticular com a mão nem fazer sinais piscando os olhos mesmo para alguma necessidade de mitsvá.
Há quem sustente que o mesmo se aplica em relação à segunda parashá (Vehayá), exceto para necessidades de mitsvá, quando é permitido gesticular.
É recomendável educar um menino a partir dos seis ou sete anos a recitar o Keriat Shemá (de manhã e à noite) no horário devido com as berachot anteriores e posteriores.
Cabe ao pai ensinar o primeiro versículo do Keriat Shemá a partir do momento que o filho começa a falar.
Quando o filho pequeno está dormindo no período que se deve recitar o Keriat Shemá, não é necessário acordá-lo.
* * *
Introdução
Quando estiver rezando junto com um minyan, a Amidá deverá ser recitada ao mesmo tempo que os outros participantes do minyan. Somente assim, se considera “tefilá com minyan”. Não é suficiente - como muitos imaginam - ouvir Cadish, Kedushá e Barechu para a tefilá do indivíduo ser considerada “com minyan”. Portanto, é necessário chegar cedo à sinagoga para rezar a Amidá junto com o público.
Horário
O período no qual a Amidá de Shachrit pode ser recitada começa com o nascer do Sol. Em caso de extrema necessidade, como por exemplo alguém que necessita sair de viagem cedo, poderá recitá-la com a aurora. O prazo final da Amidá de Shachrit para ter o peso e valor de tefilá bizmanáh (tefilá no seu tempo devido) termina na quarta hora zemanit do dia. Se perder este prazo poderá recitar a Amidá até o meio do dia (chatsot). Porém, após chatsot é proibido rezar a Amidá de Shachrit.
Se o indivíduo constatar que o tsibur está atrasado e, quando chegar a quarta hora do dia, não terão chegado ainda nas bênçãos do Shemá e na Amidá, não deverá aguardá-los, mesmo que isso o leve a rezar beyachid (em particular) sem o minyan.
Composição
A Amidá é composta basicamente por três partes:
- As primeiras três berachot formam um grupo.
- As do meio formam o segundo grupo.
- As três últimas formam o terceiro grupo.
O texto do primeiro e do terceiro grupo é sempre o mesmo. O segundo grupo varia conforme o dia (Shabat, yom tov, etc.) e conforme a oração (Shachrit, Mussaf, etc.).
Local
Antes de iniciar a Amidá deve-se verificar o local onde será proferida. Deve estar limpo, sem odores ruins ou fortes que atrapalhem a concentração.
É recomendável rezar a Amidá sempre no mesmo local. Portanto, deve-se fixar um local na sinagoga para rezar sempre a Amidá.
Neste caso, dentro de um raio de quatro amot é considerado “o mesmo lugar”.
Direcionamento
Deverá voltar-se em direção ao local onde estava o Bêt Hamicdash, em Yerushaláyim. Além disso, deverá ter o pensamento que está no local do “côdesh hacodashim” no santuário em Yerushaláyim.
Conduta
Não se apoiar em nada.
É correto rezar lendo a tefilá de um sidur.
Se rezar de cor, fechar os olhos.
Não se curvar durante as berachot além das quatro vezes mencionadas adiante:
1. Início
2. Maguen Avraham
3. Modim
4. Hatov Shimchá.
Vide procedimento nos pars. 17 e 31.
Na oração de Shachrit, antes de iniciar a Amidá, ao recitar as palavras tehilot Lael (ashkenazim: Leêl) Elyon deverá levantar-se e dar três passos para trás.
Quando recitar a berachá de Gaál Yisrael já deverá ter dado os três passos para frente a fim de, ao concluí-la, iniciar imediatamente a Amidá.
A Amidá deve ser iniciada imediatamente em seguida a Baruch Atá Hashem gaál Yisrael, não devendo haver nenhum tipo de interrupção mesmo que silenciosa.
Deve recitar toda a Amidá com os pés juntos, um ao lado do outro.
Não se deve rezar na frente de fotografias, quadros ou desenhos, pois estes atrapalham a cavaná. Se percebeu depois que já deu início à Amidá, deverá desviar os olhos deles. É proibido rezar na frente de um espelho mesmo com os olhos fechados.
Ao curvar-se
Deve-se obedecer ao seguinte procedimento:
a) Sefaradim:
Ao pronunciar a palavra “Baruch” curve seu tronco para frente até que se tornem salientes os nós da coluna vertebral, ou seja, 45 graus. Não exceda os 45 graus. Ao pronunciar a palavra “Atá” incline sua cabeça. Ao pronunciar a palavra “Hashem” endireite seu corpo e em seguida a cabeça.
b) Ashkenazim:
Ao pronunciar a palavra “Baruch” dobre os joelhos. Ao pronunciar a palavra “Atá” curve seu tronco para frente até que se tornem salientes os nós da coluna vertebral, ou seja, 45 graus. Não exceda os 45 graus. Endireite seu corpo antes de pronunciar a palavra “Hashem”.
Em relação a Modim, vide par. 31.
Intenção
É de suma importância ter cavaná (pensar na tradução das palavras) em todas as bênçãos da Amidá. Se não conseguir ter cavaná em todas, deverá pelo menos ter cavaná na primeira berachá (Avot)e também no Modim.
Deve estar atento ao significado das palavras. Deve ter em mente que a Shechiná (a presença Divina) está à sua frente, e deve afastar todos os pensamentos que o importunam para que sua intenção fique exclusiva e nítida para a tefilá. Caso estivesse falando perante um rei, certamente prepararia suas palavras para não errar, quanto mais perante o Rei dos reis, o Todo-Poderoso, que conhece todos os pensamentos dos homens.
Veja adiante nos parágrafos 35 a 41 o significado das palavras.
Se percebeu antes de dizer Hashem, de Baruch Atá Hashem maguen Avraham, que não teve cavaná nesta primeira berachá, deverá retomar de Elokê Avraham e nunca do início da berachá. Porém, se lembrou depois de ter mencionado o nome de Hashem da berachá de Maguen Avraham, deverá seguir adiante não podendo repetir a Amidá por causa disso. Nesta situação deverá ter em especial uma melhor cavaná no trecho de Modim.
É correto saber a tradução da Amidá para poder entender o que se está dizendo e, pelo menos, saber a tradução da berachá de Avot e de Modim (vide pars. 35 e 41).
Pronúncia
Deve cuidar para pronunciar corretamente as palavras. Muitas palavras são facilmente confundidas por outras semelhantes, o que pode alterar o sentido da tefilá.
Deve pronunciar as palavras em voz baixa, articulando-as para que ele mesmo possa ouvi-las. Não deve ler o texto somente com os olhos, sem mexer os lábios e sem pronunciar as palavras. Também não deve pronunciar alto demais a ponto de atrapalhar o vizinho.
Há quem sustenta que não se deve pronunciar as palavras nem mesmo em um tom que a própria pessoa consiga escutar. Mas deve-se, isso sim, articular as palavras e pronunciá-las devidamente em um tom baixo que ninguém escute.
Mesmo conforme esta opinião, caso não consiga se concentrar devidamente falando tão baixo, ou se receia omitir letras, poderá pronunciar as palavras de forma que ele mesmo consiga ouvi-las.
Outros detalhes
Ao recitar baruch de Maguen Avraham, curvar-se como no primeiro baruch da Amidá.
Nos Dez Dias de Teshuvá (de Rosh Hashaná até Yom Kipur) a berachá de Atá Cadosh é finalizada com “hamêlech hacadosh” em vez de “Hael hacadosh”.
Os ashkenazim costumam bater com o punho cerrado sobre a região do coração quando recitam as palavras chatánu e fashánu no parágrafo Selach Lánu.
Nos dez dias de Teshuvá, a berachá de Hashiva Shofetênu é concluída com “hamêlech hamishpat” em vez de “mêlech ohev tsedacá umishpat”.
Em dias de jejum, quem estiver jejuando deve acrescentar em Shomea Tefilá o trecho de Anênu.
Ao recitar Modim Anáchnu Lach:
Para sefaradim: Ao pronunciar as palavras “modim anáchnu Lach” curva-se o tronco até que se tornem salientes os nós da coluna vertebral, ou seja, 45 graus. Ao pronunciar “Sheatá Hu” inclina-se a cabeça. Ao pronunciar o Nome de “Hashem” endireita-se o corpo e em seguida a cabeça.
Para ashkenazim: Ao pronunciar a palavra “modim” curva-se com certa rapidez o corpo e a cabeça, ao mesmo tempo, até que se tornem salientes os nós da coluna vertebral, ou seja, 45 graus; não se dobram os joelhos. Fica-se nesta posição até pronunciar a palavra “hu”. Antes de pronunciar a palavra “Hashem” endireita-se lentamente a cabeça e depois o corpo. Esta é a opinião do Mishná Berura. Há outros possekim que sustentam não haver diferença entre as outras vezes que se curva na Amidá - que no Modim também se dobram os joelhos, fica-se curvado até pronunciar a palavra “hu” e antes de pronunciar a palavra “Hashem” endireita-se lentamente o corpo.
Ao findar a Amidá (depois do último Yihyu Leratson), dar três passos para trás com o tronco curvado para frente (da mesma forma que curvou-se em Modim, por exemplo) da seguinte forma: Iniciar o primeiro passo para trás com o pé esquerdo, sendo que o polegar deve chegar até a linha do calcanhar direito. O segundo passo com o polegar do direito chegando até a linha do calcanhar esquerdo, e por último, o terceiro passo consiste somente em juntar o pé esquerdo ao direito. Depois disso deve-se dizer “Ossê shalom bimromav” curvando-se para o lado esquerdo, “Hu (verachamav) yaassê shalom alênu” curvando-se para o lado direito e “veal col amô Yisrael veimru amen” curvando-se para frente.
Deve cuidar em falar as palavras “alênu veal col amô Yisrael” sem nenhuma pausa entre “alênu” e “veal col amô Yisrael”, apesar de na primeira palavra estar curvado para a direita e nas outras estar curvado para frente. O correto é fazer a pausa depois de “shalom” (antes de alênu).
Cada pessoa deve esforçar-se ao máximo para rezar numa sinagoga e com minyan, pois o Criador não rejeita a oração do tsibur. Caso não possa rezar na sinagoga por motivo de força maior, deverá programar sua tefilá para que coincida no mesmo horário que o tsibur estiver rezando.
A primeira bênção
Significado da primeira bênção da Amidá:
Baruch Atá - A fonte das bênçãos, Tu (Criador).
Ad-nay - O Criador é “Adon Hacol” - o Dono, o Possuidor de tudo. Também devemos pensar na grafia do nome de D’us, pois ele é escrito com a letra yud, a letra hê, a letra vav e a letra hê. Estas letras significam que Hashem “Hayá, Hovê Veyihyê” - Foi, É e Será.
Elokênu - o Criador é “Takif, Báal Haychôlet Uváal hacochot culam” - o Todo-Poderoso, Que possui o Poder absoluto sobre tudo e sobre todos.
Velokê avotênu - O D’us de nossos antepassados e somos obrigados a servi-Lo de coração pleno.
Elokê Avraham - Yitshac - Yaacov - Nossos patriarcas, sobre os quais D’us designou sua Divindade.
Hael - Que possui a qualidade da Bondade (chêssed).
Hagadol - A qualidade da Misericórdia (rachamim).
Haguibor - A qualidade da Justiça.
Vehanorá - Associação da Justiça com a Misericórdia.
El elyon - Acima de qualquer conceito ou pensamento.
gomel chassadim tovim - Faz-nos o Bem como se fosse um pagamento para não nos envergonharmos por estarmos recebendo sem merecermos.
conê hacol - Dá a cada um o que lhe cabe.
vezocher chassdê avot umevi goel - Por mérito de nosso patriarcas nos trará o redentor (goel).
lemaan Shemô - Seu nome paira sobre o Povo de Israel.
beahavá - Faz-nos tudo pelo Seu intenso amor por nós.
Mêlech - Seu reinado está sobre todos nós.
ozer - Ajuda o homem, pois apesar de seu esforço, este não tem condições de suprir suas necessidades com suas forças limitadas - o resultado final sempre depende do Criador.
umoshia - Salva mesmo quando o homem nada pode fazer para tentar resolver seus problemas.
umaguen - Protege de maneira sobrenatural.
maguen Avraham - Protege acima da natureza.
Algumas bênçãos intermediárias
As bênçãos intermediárias da Amidá seguem o seguinte critério:
Atá Chonen Leadam Dáat - Pede-se inteligência e sabedoria, que são imprescindíveis ao homem para que possa saber escolher o bem e rejeitar o mal.
Hashivênu Avínu Letoratecha - Pede-se pela teshuvá logo depois do pedido da sabedoria pois com ela (com a inteligência) a pessoa reconhece seu erro. Pede-se ao Criador, nesta bênção, que contenha o nosso instinto negativo.
Selach Lánu - Após a teshuvá deve-se pedir perdão pelos pecados cometidos.
Reê ná Veonyênu e Refaênu - Pede-se a salvação e depois a cura, pois todo o tempo que a pessoa estiver com sofrimentos não estará recuperada de sua doença. O principal é pedir ao Criador que nos cure para que estejamos sadios e fortes para podermos estudar a Torá e cumprir as mitsvot de forma adequada.
Barech Alênu - É a bênção sobre o sustento. Vem depois de Refaênu, pois enquanto a pessoa não possui saúde, não tem tranquilidade para pedir sustento. Quando curada, então, pede pelo seu sustento para poder suprir as necessidades de seu corpo e de seu espírito. É necessário ter como intenção nesta bênção que o Criador nos proporcione o sustento de forma tranquila e suave e não por meio de sofrimentos. Que possamos adquiri-lo de maneira honesta e honrada, não precisando transgredir nenhum mandamento.
Modim
O significado de Bircat Modim na Amidá (vide sua importância mencionada no par. 18) é:
Modim - Reconhecemos com gratidão.
Sheatá (ashkenazim: Shaatá) hu Hashem Elokênu - Quiseste que o nome de Sua Divindade se aplicasse sobre nós.
tsur chayênu - De Ti foram extraídas nossas almas.
nodê lechá... al chayênu hamessurim beyadecha - Agradecemos a Ti por nossas vidas estarem entregues em Tuas mãos.
unsaper tehilatecha... al nishmotênu hapecudot Lach - E relataremos Teu louvor por nossas almas que estão confiadas em Tuas mãos.
al nissecha - Sobre Seus milagres vistos.
veal nifleotecha - Sobre Seus milagres ocultos.
êrev vavôker vetsahoráyim - Agradecemos a Ti de noite, de manhã e de tarde.
hatov - Tu és o verdadeiro Bom.
ki lo chalú rachamecha - Independente de estarmos ou não usufruindo ainda hoje dos méritos de nossos patriarcas, Tua misericórdia para conosco não termina.
kivínu lach - Nossa esperança, pois Tua piedade e bondade não têm fim.
veal culam - Teu nome está acima de todas as orações e agradecimentos.
vechol hachayim yoducha - Todos os que vivem Te agradecerão.
hatov shimchá - As bondades são de Teu grande nome.
Ulcha naê lehodot - E a Ti é digno de louvar, pois Seus bens são o máximo de bondade.
* * *
O sujeito que tem uma sinagoga em sua cidade e não a frequenta (não entra para rezar nela) é chamado de mau vizinho e causa o exílio dele e de seus filhos (Berachot, 8a).