
O Cetro de D’us
O Chidá explica, em seu livro Rosh David, que D’us não nomeia nenhum intermediário como responsável pelas quatro espécies, cuidando delas Ele próprio. Isto está ligado ao fato de elas expressarem, de um modo especial, o amor a D’us, conforme será explicado.
No Midrash Rabá (Vayicrá 30:2) consta que as quatro espécies, na festa de Sucot, demonstram que o Povo de Israel venceu o Julgamento de Rosh Hashaná e Yom Kipur. Assim como uma nação que venceu uma perigosa guerra organiza uma parada militar, empunhando suas armas, empunha-se o lulav como símbolo desta vitória.
O Chidá escreve também que o lulav é “o cetro do Rei dos reis”, sendo que o Todo-Poderoso concede a permissão de utilizá-lo, demonstrando Seu amor especial. Isso porque um rei, normalmente, não deixa que outro segure seu cetro. A única exceção é seu filho.
Do mesma forma, sobre o preceito de habitar a sucá foi dito o versículo de Shir Hashirim: “Trouxe-me, o Rei, a Seu cômodo; me alegrarei e rejubilarei em Ti”. O Eterno faz Seu Povo adentrar em Seu “quarto” particular, mostrando o enorme amor que sente por ele.
O Amor a D’us
Assim como o Eterno demonstra Seu amor, deve-se agir de maneira recíproca, amando-O de um modo especial e enormemente. Assim escreve o Rambam, no início do segundo capítulo de Hilchot Yessodot Hatorá:
“Este D’us Honrado e Temível, é um mandamento amá-Lo e temê-Lo, conforme está escrito: ‘Ame ao Eterno, seu D’us’. Do mesmo modo, está escrito: ‘Ao Eterno, seu D’us, tema’. Como se faz para amá-Lo e temê-Lo? Quando o indivíduo reflete sobre Seus atos e Suas criaturas maravilhosas e observa, por intermédio delas, Sua infinita Sabedoria, imediatamente ama, louva, enaltece e anseia muito por conhecer Seu Grande Nome, conforme disse David: ‘Sedenta está minha alma pelo Criador, o D’us vivo...’”
Assim, é necessário refletir sobre a Criação e a maravilhosa Sabedoria que nela está implícita. Com isso, cresce o amor pelo Criador, que tudo fez com Sua grande bondade.
A Bondade Divina
No livro Chayê Olam consta que antes de se ler o Shemá, no qual está escrito “ame ao Eterno, seu D’us”, recita-se a bênção Ahavat Olam, da qual faz parte a frase “uma misericórdia grande e acima da medida (Tu) tivestes para conosco”. A lembrança disto auxilia a criar no coração o amor necessário.
No Sefat Emet (sobre Parashat Vaetchanan) está escrito que em cada yehudi, seja qual for seu estado, encontra-se uma semente de amor a D’us. Há aqueles nos quais esta é bem perceptível, enquanto há outros nos quais ela se encontra oculta em seu coração. Embora nada possa ser visto de fora, a alma de todo judeu está firmemente ligada a sua Fonte superior e ao Eterno.
Cada yehudi deve esforçar-se, todos os dias de sua vida, para aumentar o amor que há em seu coração e se aproximar do Criador, cumprindo integralmente o preceito de “ame ao Eterno, seu D’us, com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todas as suas posses”.