Matérias >> Edição 148 >> Israel

Pontos de Luz

Israel brilha como o Sol!
Incontáveis locais desta terra abençoada são verdadeiros diamantes de um tesouro que transborda santidade.
Nestes pontos, o estudo da Torá e as orações sinceras de Am Yisrael formam verdadeiras colunas de luz que ligam a Terra ao Céu.

Pontos de Luz

Hagaon Harav Chayim Kanievsky Shelita

O Gaon Rav Chayim Kanievsky Shelita, um dos maiores sábios de nossa geração, nasceu em 1928. É um fenômeno talmúdico e autor de inúmeras obras judaicas. Todos os anos, na véspera de Pêssach, Rav Chayim faz uma refeição festiva comemorando o final do estudo do Talmud Bavli, Talmud Yerushalmi, Tossefta, Sifri, Mishnayot, Shulchan Aruch, Rambam e outras obras da Torá.

Ele é filho do Gaon Harav Yaacov Yisrael Kanievsky zt”l, conhecido como o “Steipler” e da Rabanit Miryam Karelitz, irmã do grande sábio Chazon Ish - Rav Avraham Yeshayáhu Karelitz zt”l. Seu nome completo é Shemaryáhu Yossef Chayim Kanievsky.

A cada mês, milhares de pessoas buscam suas bênçãos, orientações haláchicas e conselhos pessoais, de todas as partes do globo, seja pessoalmente, por telefone ou por correio. Rav Chayim Kanievsky vive em Benê Berac, na rua Rashbam número 21. Diariamente ele reza Minchá Guedolá na sinagoga Lederman, que fica bem em frente ao seu apartamento. O melhor horário para ser recebido por ele e pedir berachot ou conselhos, é logo após a oração de Minchá, por volta das 13h20m. É recomendável agendar a visita anteriormente com um de seus ajudantes.

Em sua juventude, Rabi Chayim estudou com seu pai, o Steipler, e com seu tio, o Chazon Ish. Estudou em Yeshivat Tif’êret Tsiyon em Benê Berac - fundada pelo Chazon Ish - com o grande sábio Michl Yehudá Lefkowitz, e na Yeshivat Lomza em Pêtach Ticva, com o Rosh Yeshivá Rabi Yechiel Mordechay Gordon.

Foi o próprio Chazon Ish quem sugeriu o casamento de Rabi Chayim com Batsheva Elyashiv em 1951, a filha mais velha do Gaon Maran Yossef Shalom Elyashiv zt”l e neta do “Tsadic de Yerushaláyim”, Rabi Aryê Levine zt”l,com quem teve oito filhos. Rabanit Batsheva faleceu repentinamente em Sucot de 2011.

Sua casa sempre esteve aberta a qualquer pessoa que precisasse de ajuda. Quando um jovem órfão chamado Sender Preizler pediu ajuda ao rabino Chayim, ele o convidou para as refeições de Shabat a cada semana e disse: “A partir de agora eu serei seu pai e você será meu filho”. Certa vez, quando Sender adormeceu completamente vestido em uma noite de Shabat, o Rabino Chayim delicadamente tirou seus sapatos. Pela manhã, Rabi Chayim pediu desculpas ao jovem por ter perturbado seu repouso, e explicou que o Talmud ensina que não é saudável para uma pessoa dormir com seus sapatos.

Todos os seus filhos descrevem o grande respeito que seus pais tinham entre si. Rav Chayim sempre tinha tempo para sua amada esposa. E a rabanit sabia que seu marido se concentrava melhor em seus estudos sabendo que ela estava perto para gerenciar todos os assuntos do lar. Ela insistia em cuidar de todas as necessidades do rabino Chayim - até mesmo levantando-se diariamente, como ele, às duas da madrugada!

Judeus em todo o mundo rezam fervorosamente pela saúde e bem-estar contínuos do rabino Chayim Kanievsky Shelita. Que D’us lhe dê força e saúde para continuar com sua tarefa sagrada de estudo, oração, criação de livros, aconselhamentos, bênçãos e sua obra comunitária em prol do bem-estar da comunidade judaica mundial!

Yeshivat Ponevezh

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Com mais de mil estudantes, Yeshivat Ponevezh é uma das principais yeshivot do mundo. No local há dois enormes batê midrash - um da yeshivá e outro do colel.

Foi originalmente criada na cidade lituana de Panevezys (em russo, Ponevich) em 1908 por Rabi Yitschac Yaacov Rabinovich (1854-1919), que teve como sucessor o famoso sábio Rabi Yossef Shelomô Kahaneman (1886-1969).

Em 1940, Rav Kahaneman imigrou para Israel, mas continuou a administrar a yeshivá do exterior. Quando o Exército Vermelho entrou em Panevezys, os edifícios da yeshivá foram apreendidos, mas os estudantes foram se transferindo de sinagoga em sinagoga, sem cessar seus estudos. Entretanto, tragicamente, em junho de 1941 as tropas alemãs invadiram Panevezys e todos os estudantes foram assassinados Hy”d. Em 1944 Rav Kahaneman estabeleceu uma nova yeshivá em Benê Berac, que logo se tornou uma das principais yeshivot em Israel e perpetuou o nome da comunidade lituana martirizada.

Vários anos após o restabelecimento da yeshivá, Rav Kahaneman convidou o famoso Rabino Elazar Menachem Man Shach (1899-2001) para ser um dos rashê yeshivot em Ponevezh, o qual tornou-se, posteriormente, o líder do judaísmo religioso em Israel.

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Quatro Sinagogas Sefaraditas

As famosas “Quatro Sinagogas Sefaraditas” estão localizadas no Bairro Judaico da Cidade Velha de Jerusalém e constituíram no passado o coração da vida judaica sefaradi em Jerusalém.

Elas formam um complexo que compreende quatro sinagogas adjacentes, construídas em diferentes períodos, para acomodar as necessidades religiosas da comunidade sefaradi - cada congregação praticando um rito diferente.

Após a queda do Bairro Judaico durante a Guerra Árabe-Israelense de 1948, as sinagogas foram queimadas e transformadas em estábulos. Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, as sinagogas foram restauradas à sua antiga glória e hoje continuam a servir os moradores do Bairro Judaico e os visitantes da Cidade Velha.

Sinagoga Eliyáhu Hanavi

A “Sinagoga Eliyáhu Hanavi” foi construída após o período otomano em Jerusalém, em 1516. Durante muito tempo ela serviu principalmente como um bêt midrash - um centro de estudos da Torá. Também conhecida como “Cahal Talmud Torá”, era usada para orações somente nos yamim tovim.

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Segundo a tradição, o nome da sinagoga foi dado após uma ocorrência maravilhosa em Yom Kipur. A comunidade judaica em Jerusalém tinha diminuído ao ponto de haver somente nove pessoas na sinagoga no Yom Kipur. O décimo era necessário para completar o minyan no início do dia sagrado. De repente, não se sabe de onde, um homem desconhecido de todos e vestido de branco apareceu. O serviço religioso começou. No dia seguinte, logo após a oração de Neilá, o senhor foi convidado pelos demais para uma refeição após o jejum. Mas ele negou e pediu para terminar suas orações em uma sala ao lado. Depois de algum tempo, quando os congregantes foram chamá-lo, ele havia desaparecido misteriosamente - as pessoas tinham certeza que aquele era o Profeta Eliyáhu. Naquela sala foi colocado o “trono de Eliyáhu Hanavi”, e lá acontecem muitas celebrações de Berit Milá até hoje.

Sinagoga Yochanan ben Zacay

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No passado esta sinagoga constituiu o centro da vida judaica sefaradi em Jerusalém. Todas as cerimônias importantes aconteciam nela. Ainda hoje, é nesta sinagoga que acontece a nomeação do Rishon Letsiyon, o rabino chefe sefaradi de Israel. O salão da sinagoga é particularmente significativo, porque era a casa do principal rabino sefaradi durante o domínio otomano e britânico em Israel. O edifício atual foi construído no início do século XVII.

De acordo com a tradição, esta sinagoga se encontra exatamente no local onde foi o Bêt Midrash do grande taná, líder do Povo de Israel, Raban Yochanan ben Zacay. Foi ele que estabeleceu o Grande San’hedrin na cidade de Yavne após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém, conseguindo com isso salvar os maiores sábios do povo e revitalizar o judaísmo em Israel.

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Sinagoga Emtsaí

O “Bêt Kenêsset Emtsaí” - a “Sinagoga do Meio - está na câmara central do complexo das quatro sinagogas. Era originalmente um pátio, que provavelmente foi usado como a seção das mulheres da sinagoga Raban Yochanan ben Zacay. Durante Sucot poderia ser convertida em uma sucá. Com o crescimento da comunidade sefaradi, em meados do século XVIII foi decidido cobrir o quintal.

De acordo com a tradição, esta sinagoga foi construída no topo de um sistema de túneis que ligam as sinagogas aos túmulos dos reis de Israel.

Sinagoga Istanbuli

À medida que a comunidade sefaradi de Jerusalém crescia, um grande grupo de imigrantes chegou de Istambul, Turquia. Eles começaram a usar este local como uma sinagoga a partir de 1764. Com o passar do tempo, a sinagoga atraiu frequentadores de várias comunidades orientais, incluindo a do Curdistão, do Norte da África e da África Ocidental. A sinagoga foi restaurada em 1836.

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Hoje a sinagoga é usada por judeus espanhóis e portugueses que seguem o “rito londrino” de orações.

Kêver do Chazon Ish

O túmulo do Chazon Ish está no Cemitério Shomerê Shabat, na Rua Chazon Ish, em Benê Berac - Israel.

É para lá que se dirigem milhares de pessoas quando querem fazer pedidos a Hashem e serem atendidas pelo mérito deste gigante da Torá; um dos maiores líderes do Povo de Israel dos últimos tempos.

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O Gaon Rabi Avraham Yeshayá Karelitz (1878-1953), mais conhecido pelo nome de sua famosa obra “Chazon Ish”, nasceu na Bielorrússia e era filho do rabino da cidade de Kosova - Rav Shemaryáhu Yossef Karelitz.

Sua irmã Miryam casou-se com Rabi Yaakov Yisrael Kanievsky, o Steipler Gaon, pai do Rabi Chayim Kanievsky Shelita.

Quando jovem, o Chazon Ish estudou na yeshivá de Brisk, com o rabino Chayim Soloveitchik. Em 1920 ele se mudou para Vilna e aproximou-se do rabino Chayim Ozer Grodzinski, considerado o líder do Povo de Israel na Europa. Encorajado pelo rabino Grodzinski, e com a ajuda do rabino Avraham Yitschac Kook, estabeleceu-se em Êrets Yisrael em 1933. Manteve uma vida extremamente modesta, estudando Torá dia e noite com grande profundidade. Sua casa em Benê Berac tornou-se o endereço de milhares de pessoas que procuravam sua orientação.

Reconhecendo sua profunda visão e ampla consciência em vários campos de estudo, muitos procuraram sua orientação sobre questões sociais e políticas. David Ben Gurion, o primeiro-ministro de Israel, e Yitschac Ben Tsevi, o segundo presidente de Israel, também visitaram-no certa vez para discutir questões político-religiosas.

Até hoje há uma variedade de etroguim que leva o seu nome, certificada por ele para o uso como uma das quatro espécies de Sucot. Em certo ano, após a comemoração de Sucot, o Chazon Ish entregou ao rabino Michel Yehudá Lefkowitz um pacote de sementes tiradas do etrog que ele usara para a mitsvá e instruiu-o a plantá-las em seu quintal. O rabino Lefkowitz não tinha qualquer experiência agrícola, mas seguiu as instruções de seu mentor para plantá-las e regá-las. A árvore cresceu e deu frutos! Todos os anos, antes de Sucot, o Chazon Ish ia até a casa do Rav Lefkowitz selecionar seu etrog, bem como fazia seu cunhado, o Steipler Gaon, e outros líderes importantes do povo. O rabino Lefkowitz também permitiu que produtores de etrog retirassem amostras da árvore para cultivar pomares inteiros de etroguim certificados como “casher mehudar” pelo Chazon Ish. Até hoje há quem faça questão de cumprir a mitsvá de arbaát haminim com estes etroguim.

Em 1911 o sábio publicou seu primeiro trabalho sobre o Shulchan Aruch Ôrach Chayim, e outras partes, ainda em Vilna, anonimamente. Intitulou a obra de “Chazon Ish”, que significa “Visão do Homem”. A palavra “ish” do título aludia às primeiras letras de seus nomes - Avraham Yeshayá - título pelo qual ele se tornou quase exclusivamente conhecido. Depois disso escreveu mais de 40 obras. Seus livros são amplamente estudados, sua memória é uma bênção e seu mérito é motivo de grande defesa do Povo de Israel.