
Um homem muito pobre noivou sua filha e estava muito contente com isso. Mas estava também preocupadíssimo. Ele não possuía o dinheiro necessário dos preparativos para o casamento, para a festa e tampouco para o enxoval.
Depois de muito pensar, chegou à conclusão que a única esperança para conseguir realizar o casamento seria pedir um empréstimo para seu primo rico.
Certo dia, encontrou seu primo em uma comemoração de família e começou a explicar a difícil situação pela qual passava. Falou sobre a alegria de noivar sua filha e sobre suas preocupações quanto ao dinheiro que não possuía para realizar o casamento de forma digna. Finalmente, pediu um empréstimo.
O primo rico respondeu que estava muito contente com a notícia do noivado e que entendia perfeitamente a sua situação. Depois abraçou calorosamente seu primo e disse que bastava ele passar em sua casa para buscar o dinheiro a ser emprestado.
Passaram-se alguns dias e o homem encontrou novamente seu primo rico na saída da sinagoga. Com muita educação ele se aproximou do primo e contou sobre o noivado de sua filha e as dificuldades pelas quais estava passando. Disse que estava muito preocupado por não possuir o dinheiro para o casamento e pediu um empréstimo.
O primo achou um pouco estranha aquela conversa. Ele já tinha ouvido tudo aquilo e já dissera que estava disposto a emprestar o dinheiro. Por que o seu parente lhe repetia a mesma história se não fora buscar o dinheiro? Ainda assim ele disse amavelmente: “Claro, claro. Eu compreendo perfeitamente sua situação. Por favor, venha buscar o dinheiro em minha casa quando quiser.”
Mais alguns dias se passaram e a cena se repetiu.
Apesar da boa vontade do primo rico em ajudar, o homem pobre repetia sempre o mesmo pedido, sem se dar ao trabalho de ir buscar o dinheiro na casa do primo rico.
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Em nossas preces diárias, repetimos sempre o seguinte pedido a D’us:
“Rachem ná alênu veten belibênu viná lehavin, lehaskil, lishmoa, lilmod ul’lamed, lishmor velaassot ulcayem et col divrê talmud Toratechá beahavá.”
“Sê misericordioso conosco e dá ao nosso coração entendimento para compreender, discernir, ouvir, entender, aprender, ensinar, observar, fazer e cumprir com amor todas as palavras do ensinamento da Tua Torá com amor.”
Esse pedido é como um empréstimo que solicitamos ao Criador. Pedimos que Ele nos ajude a compreender os ensinamentos da Torá para podermos cumprir a Sua vontade de forma digna.
Depois de um pedido belo e sincero como este, Hashem só espera que nos dirijamos à Sua casa - à casa de estudos da Torá - para buscarmos nosso pedido, a compreensão da sagrada Torá.