
O dia estava lindo e o Sol brilhava.
Nas primeiras horas da manhã a gaivota já sobrevoava as águas azuis e cintilantes do oceano.
Como de costume, em poucos minutos encontraria seu primeiro peixe delicioso.
Alguns minutos se passaram, mas ela não conseguiu avistar seu desjejum.
Com o passar do tempo, a fome a deixou impaciente.
Duas horas de voos sob o Sol escaldante deixaram-na aturdida.
Finalmente, um belo e suculento peixe apareceu na superfície das águas.
Mais do que depressa, um mergulho rasante e...
A gaivota subiu vitoriosa com o troféu em seu bico.
Lá no alto, enquanto comemorava o triunfo, antes mesmo de degustar a iguaria, olhou para baixo.
Foi aí que se surpreendeu com o que viu. Um outro pássaro voando próximo das águas levava um peixe muito maior do que o seu.
Em uma rápida, mas controvertida resolução, a gaivota largou o seu peixe e mergulhou novamente em direção ao novo alvo. Confiante e orgulhosa, sabia que com uma investida rápida e certeira seria a nova dona do banquete.
Em poucos segundos se aproximou do concorrente para descobrir que...
O outro pássaro não era mais do que sua própria sombra!
* * *
Em meio ao afã de nosso cotidiano, com a cabeça quente, levados pelo orgulho e pela inveja, podemos ser sugestionados a decidir entre opções controvertidas.
Então, não podemos deixar o calor das indecisões nos iludir a trocar o seguro pelo incerto, o correto pelo falso.
Em nome do R. Shaul Maleh