Nascente: Qual a causa dos tumores de pele?
Dr. Segal: O fator mais importante é a exposição ao sol (radiação ultravioleta), que altera a estrutura do DNA das células, causando mudanças nas mesmas.
Existem outros fatores que também estão associados ao câncer de pele, tais como: cigarro, arsênico, radiações ionizantes, além da predisposição genética hereditária.
Nascente: O câncer de pele é frequente?
Dr. Segal: É um dos tipos mais comuns, sendo que mais da metade dos tumores malignos diagnosticados nos Estados Unidos são de pele. Dentre eles, o chamado carcinoma basocelular é considerado o mais frequente.
Nascente: É comum uma lesão de pele se transformar em câncer?
Dr. Segal: Existem lesões chamadas pré-malignas, que têm grande capacidade de se malignizar. Por exemplo, a queratose actínica. É uma lesão que aparece em geral após os 40 anos, sendo que os homens são mais afetados que as mulheres. Em geral essas lesões aparecem nas regiões mais expostas ao sol.
Nascente: Qual é o câncer de pele mais perigoso?
Dr. Segal: Sem dúvida o melanoma é um dos mais malignos e frequentes tumores de pele. Ocorre em geral entre 30 e 50 anos, sendo mais frequente na raça branca e no sexo feminino.
Eles estão relacionados com diversos fatores. Entre eles: predisposição hereditária (5% dos casos), exposição ao sol e fator hormonal.
Nascente: Por que eles são tão perigosos?
Dr. Segal: Os melanomas têm alto potencial de formar metástases, ou seja, a capacidade que as células malignas têm de sair do tumor original e alojar-se em outro lugar, como o fígado, os pulmões, os ossos e o cérebro.
Nascente: Como podemos prevenir o câncer de pele?
Dr. Segal: É importante que todos saibam que a luz solar é uma importante fonte de vitamina D, essencial para o fortalecimento ósseo, mas em excesso, pode levar ao aparecimento de câncer de pele.
Previne-se o câncer de pele limitando a exposição solar desde a infância. O melhor horário de exposição ao Sol é até as dez horas da manhã e após as quatro horas da tarde. É importante não esquecer de trajar roupas apropriadas, boné e filtro solar.
Pessoas com muitas “pintas” e manchas senis ou lesões queratósicas (queratose actínica) precisam ser mais cautelosas.
O câncer de pele é muito mais comum em países ensolarados como o Brasil. Ao tomar sol na hora errada, não se corre apenas o risco de adquirir câncer de pele, como também insolação, catarata, lesão de córnea, de retina e envelhecimento precoce da pele.
Sol é bom, mas também pode fazer muito mal.
Nascente: Como funciona o protetor solar?
Dr. Segal: O protetor solar contém substâncias químicas e físicas que absorvem ou refletem a radiação no espectro ultravioleta.
Quando os raios solares atingem sua estrutura química, uma transformação ocorre: a energia na forma da luz é convertida para um tipo diferente de energia, e o calor é liberado para o ambiente.
Sem a proteção desses bloqueadores químicos, a radiação ultra-violeta penetraria na pele, causando alterações e danos nas células.
Nascente: Como podemos saber qual o protetor que devemos usar?
Dr. Segal: Peles muito claras (tipos I e II), pessoas ruivas e loiras devem usar filtro solar maior ou igual a 30. São indivíduos que se queimam e não se bronzeiam.
Peles morenas claras (tipos III e IV) já permitem um filtro com índice 15.
Os mulatos, pardos e negros (tipos V e VI) não têm necessidade de usar protetor solar, pois eles possuem grande quantidade de melanina, que é a proteção natural da pele contra os efeitos nocivos dos raios ultravioleta.
É importante proteger a pele em todas as atividades ao ar livre: quando for trabalhar, andar de bicicleta, caminhar, etc.

Nascente: Como é o aspecto de uma lesão cancerosa?
Dr. Segal: Há várias características. Em geral, notam-se manchas ou nódulos brancos, avermelhados ou castanhos. O tamanho pode ser variado e geralmente se localizam em áreas expostas, como face, pescoço, dorso das mãos e couro cabeludo de calvos.
Nascente: Quando devemos consultar o dermatologista?
Dr. Segal: Deve-se procurar o dermatologista sempre que aparecer alguma alteração estranha na pele, como por exemplo:
- Um “calombo” brilhante, avermelhado, castanho, rosado ou de várias cores.
- Quando uma pinta ou mancha muda de cor, começa a aumentar, coçar ou sangrar.
- Quando observa-se feridas que não cicatrizam.
Para facilitar a compreensão, observe as fotos do quadro acima. Nele podem-se identificar os quatro sinais mais perigosos em lesões pigmentadas da pele: assimetria, borda irregular, cor variada e diâmetro maior de 6mm.
O Dr. Bension Segal é especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, ex-professor assistente de clínica médica da Santa Casa de São Paulo e médico do Ministério da Saúde.