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Segredo

R. Kalman Packouz z"l

Quão longe precisamos ir para descobrir o segredo da felicidade?

Variedades II

O segredo da felicidade está muito próximo de cada um de nós. A receita é simples: valorizar tudo de bom que possuímos.

Provavelmente há aqueles que dirão: “É fácil falar! Mas se você estivesse passando pelo que eu estou, não diria isso!”.

Vejamos algumas dicas de como manter sempre uma atitude positiva.

Pergunte a qualquer um: “O que você preferiria ser: feliz ou rico?”.

Quase todos diriam: “Preferiria ser feliz!”. Entretanto, a maioria das pessoas se esforça mais para enriquecer do que para ser feliz.

Antes de tudo, para caminharmos em direção à felicidade precisamos nos livrar de dois conceitos errados:

1. É possível alguém saber como ser feliz, estar convencido de que as ferramentas funcionam e, ainda assim, não tomar nenhuma atitude para colocá-las em prática. Isso acontece pois o aprendizado de qualquer nova habilidade ou arte requer esforço e algum desconforto. Não existe uma poção mágica instantânea. Portanto, não presuma erroneamente que, apenas porque você não consegue colocar algo em prática, significa que não deva acreditar nisto. Você pode estar certo de que funcionará e, ainda assim, continuar com preguiça.

2. Muitas pessoas pensam que o segredo da felicidade deve ser algum mistério cabalístico oculto ou alguma atividade exótica. Porém, a verdade é simples e fácil de entender. É algo que todos compreendem, mas não se atêm ao fato que já sabem.

Apenas uma suposição:

Imagine-se parado no 70º andar do edifício Empire State, em Nova Iorque. Repentinamente um homem abre a janela e diz:

- Vou saltar!

Você grita:

- Pare! Não faça isso!

- Se você tentar me segurar, levo-o comigo! - ele responde. O homem tem 1,95m de altura e pesa uns 120kg.

Então você fala:

- Tudo bem... mas talvez você queira deixar alguma mensagem? Talvez haja alguém que eu deva notificar?

- Você parece uma pessoa inteligente e amigável - ele diz. - Vou lhe dar quinze minutos para tentar me dissuadir de meu propósito. Mas primeiro deixe-me contar-lhe meus problemas para que você entenda minha situação.

Por horas você o escuta contar as mais horríveis tragédias e infortúnios. Você nunca tinha ouvido histórias assim. Ao final, você está chorando inconsolavelmente.

O que dizer então? De repente, você tem uma ideia inspiradora! - Senhor, se além de todos os seus problemas, você também fosse cego, isto o tornaria mais ou menos infeliz?

Certamente mais! - ele afirma.

- E mesmo assim você pularia?

- É claro!

- Agora, imagine que neste momento um milagre acontecesse: você começasse a enxergar! Você vê as pessoas, o Sol, as nuvens, árvores, pássaros voando no céu! Você continuaria?...

- Suponho que desistiria - responde o homem com um meio sorriso.

- E todos os seus problemas e tragédias? - você pergunta.

- Não importariam mais tanto! Agora posso enxergar!

Interessante, não? Para uma pessoa que realmente valoriza o fato de que consegue enxergar, todos os seus infortúnios são diminutos.

Por outro lado, se alguém acha que tudo o que tem de bom é certo e garantido, nada que conseguir na vida lhe trará uma felicidade duradoura.

O segredo da felicidade é realmente apreciarmos aquilo que temos!

O “segredo” com uma historinha:

Todos têm um primo ou uma tia que adora reclamar. Vamos chamá-la de “tia Sofia”.

Na próxima vez que visitar sua tia Sofia e ela desejar contar-lhe durante duas horas todas as suas misérias e sofrimentos, diga-lhe muito respeitosamente:

- Titia, eu vim sofrer com a senhora. Mas antes de sofrermos, por favor conte-me cinco satisfações que teve hoje.

- Satisfações?! Que satisfações? - responde a tia Sofia.

- Titia, vou embora agora mesmo se a senhora não compartilhar comigo algumas de suas satisfações de hoje!

Ela vacila. Você continua:

- Conte-me, por favor: a senhora bebeu um copo de café com leite esta manhã?

- Sim, bebi - ela responde.

Faça-a enfocar o prazer sentido:

- A senhora fechou os olhos e sentiu o aroma do café? Ele estava doce e quentinho? Deu-lhe energia?

Reviva esta satisfação com ela. Não se preocupe, ela terá que fazê-lo, pois deseja satisfazer seu pedido para poder começar logo a reclamar.

- O.k., estava doce e gostoso - ela diz. - Posso reclamar agora?

- Ainda não, Titia. Conte-me mais quatro satisfações.

- Não tenho mais nenhuma - ela responde.

- A senhora lavou o rosto? A água estava agradável? Isto a fez se sentir bem? A senhora saiu para tomar sol hoje?

Reviva os momentos para ela. Depois de fazê-la reviver cinco satisfações, suas reclamações serão muito menos amargas.

Apreciar os prazeres que temos é algo simples e prático.

Todas as noites, ao sentar-se com sua família ou um amigo, converse sobre cinco coisas boas que cada um de vocês vivenciou durante o dia. Incorpore isto ao seu ritual diário, especialmente se tiver crianças. Em algum tempo, verá que aqueles ao seu redor começarão a perceber durante o dia os prazeres que estão tendo, para poder compartilhá-los com você.

Acreditem, vale a pena aplicar es- te “segredo”!

 

Meor Hashabat Semanal baseado no livro “The Secret of Happiness”
publicado pelo Esh HaTorá.