Matérias >> Edição 173 >> Dinheiro em Xeque

A Salvação

Todas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias podem ser encontradas em nossos livros sagrados!

Dinheiro em Xeque

A seguinte pergunta foi feita por um dos principais médicos do exército israelense ao Rav Hagaon Rabino Yitschac Zilberstein Shelita:

“Prezado Rabino Yitschac Zilberstein Shelita,

Um determinado grupo de soldados foi enviado ao campo de batalha para lutar contra o inimigo. Eu os acompanhei juntamente com um enfermeiro.

No calor da batalha, um dos nossos soldados foi baleado no peito. Debaixo de fogo pesado, consegui retirar a bala do seu corpo, porém seu estado era muito delicado. Ele precisava urgentemente ser levado de helicóptero para um hospital, para receber o tratamento adequado.

Era óbvio que se eu o acompanhasse no helicóptero até o hospital, suas chances de sobreviver seriam maiores do que se ele fosse acompanhado apenas pelo enfermeiro.

A minha pergunta é a seguinte: Qual atitude eu deveria ter tomado naquela situação? Eu deveria ter acompanhado o soldado ferido, deixando o pelotão sem um médico no campo de batalha? Eles ficariam apenas com o enfermeiro. Ou seria melhor o enfermeiro acompanhar o soldado ferido e eu permanecer no campo de batalha junto aos soldados, para prestar o serviço médico quando se fizesse necessário e para tranquilizá-los, já que saberiam que havia um médico por perto para qualquer eventualidade?”

O Veredicto

O Rav Zilberstein disse que, em situações normais, o médico deve acompanhar o ferido para prestar-lhe socorro. Um médico não deve fazer cálculos em relação a eventuais acontecimentos futuros, ainda incertos. O médico normalmente precisa se preocupar com o doente que está à sua frente, e não com pessoas saudáveis, que possam eventualmente vir a necessitar de seus cuidados. No caso em questão, caso este princípio se aplicasse, poderíamos afirmar que talvez os outros soldados não viessem a se ferir no campo de batalhas e a sua presença não fosse necessária.

Mas, como este caso era especial, dada a singularidade da situação de guerra, a questão foi levado ao Gaon Harav Yossef Shalom Elyashiv zt”l.

Ao ouvir o caso, o Gaon Harav Elyashiv zt”l disse que o médico deveria permanecer com os soldados no campo de batalha. Os soldados que estão lutando debaixo de fogo inimigo correm efetivamente um grande perigo de vida. Sendo assim, mesmo estando ainda saudáveis, eles têm o mesmo status de um doente que está diante do médico. Além disso, eles ficariam mais tranquilos ao saber que, em caso de alguém ser atingido, haveria um médico de prontidão para atendê-los.

Portanto, o enfermeiro deveria ser enviado com o soldado ferido, ficando o médico com os soldados no campo de batalha.

Após enviar esta resposta do Rav Elyashiv zt”l para o médico do exército, o Rav Zilberstein perguntou como ele havia procedido. Perguntou se ele acompanhara o paciente no helicóptero ou se permanecera com os soldados no campo de batalha, enviando o enfermeiro para acompanhar o soldado ferido.

O médico respondeu:

“Eu realmente não sabia como proceder... Comecei a rezar para D’us do fundo do meu coração, esperando uma salvação!...

De repente, vi que enviaram um helicóptero gigantesco que recolheu o soldado ferido juntamente com todos os outros soldados, e todos fomos salvos!”

Do semanário “Guefilte-mail” (guefiltemail@gmail.com).

Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita

Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sentença para o outro extremo. Estas respostas não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.